Devotos suspeitos

Há uma corrente que parece crer

Há outras correntes que creem que não

Umas outras sempre dizem que creem

Porque acham a descrença uma solidão

Há muitos jeitos de se acreditar

Porém, quase nunca, sem comprovação

Que seja um sinal, uma tênue sensação...

Precisam de algo como indicação

Há os que esperam, esperam sem fim...

Algo que exaspera a quem não é assim

Contemplam, perscrutam querendo algo certo

Que não se converte em palpável e concreto

Há quem nem ousa dizer nem pra si

Temendo o limite que irá descobrir

Com medo de não crer como deveria

E ser alijado daqueles que criam

Talvez sejam esses que se desfiguram

Mudando de galho, tentando misturas

Passando por serem segundo seus termos

Gente confiável, membros do governo