Roda a vida, vida roda

Tantas cartas escritas, com minha escrita confusa, confundindo teu mundo, no exato local em que tudo se funde, fundei um santuário, nas palavras que saiam da tua boca, minha boca seca pela tua, nas tuas mãos meu coração pulsante, pulsando ao te ver, teus olhos nos meus, cegando minha razão, calando meus sentimentos, agora seus, como o jardim sem flores da tua casa, teu esconderijo, meu calvário, teu sonho, meu pesadelo, tua ausência minha morte viva, tua demora minha espera, na espera de acontecer, crescem os cabelos, muda-se os gestos, envelhece-se, na tua espera meu coração congela, congela minha vida, meu mundo quase para, latente a tua vinda, o mar que me alegra é o mesmo que me mortifica, na paz há desespero, eu desejo, ardem os olhos não chorosos, cala a voz que te anseia, no meu peito um espaço, teu espaço vazio, vazia vai minha vida, sorrisos tristes, triste caminhada, na praia ou na serra, uma vida morna. Morna e mansa tua amada.

Cecilia de Moraes
Enviado por Cecilia de Moraes em 06/12/2011
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