O amor assassino da dama louvada
Caminha solitária a alma renegada
O homem assassino caminha na fria névoa
Em sua face morrida goteja a chuva gélida
E em sua cabeça vive a mente alienada
No escuro, nas entranhas do desconhecido
Tão profundo, nas tripas de seu corpo imundo
Reina a insanidade, o mundo em um mundo
E o remorso é fugaz, como o sangue em seu braço ferido
Ensandecido, mortífero
E não arrependido
Em seu ouvido ecoa o grito da noiva desesperada
Em suas veias ainda corre o ciúme ácido
Seu peito arde, tórrido
Seu instinto assassino mantém sua mente alienada
"Oh, doce anjo da escuridão
Tuas mãos, que um dia curam minha ferida
Hoje param meu coração
Teu cabelo é como véu, e esconde tua face ensandecida
Oh, meu amor de um lindo passado vivido
Minha paixão por ti escoa pelo tempo
Minha vida escoa pelas suas mãos"
Ensandecido, mortífero
E não arrependido
E caminha solitária a alma revoltada
Paixão enciumada, louca, ensandecida
Mente assassina, aquele que mata a dama louvada
E a doce chuva gélida lava a sua alma
(Outubro de 2006)