Paços sem chão
Não tenho competência para cuidar da minha alma
Sem a ajuda que a fé traria
Nem a nobreza que a tantos premia
Agraciando-lhes à revelia
E que olho invejoso, amargo e sem rumo
Fico recolhido
Sumo no horizonte em busca do alívio
Como se lugar e estado de espírito pudessem se fundir
Como se houvesse o ponto de convergência
Onde o além dos sonhos se materializasse ali
Persigo a esperança em tal fé
Tendo ao lado a companheira sinceridade
Sem a qual sequer se pensa de verdade
Em tudo que não se tem
Em tudo que não se é
Monótona espera
Monotonia de sobressaltos
Do incerto e do desagradável
O que de bom se infiltra é filete d’água
Um quase nada sobre um solo ressequido e ávido