A beira da loucura...
Arre pranto tosco que me salga!
Entorna como rio, caudaloso e impreciso...
Mágoas carregadas por tempo indeciso
Águas derramadas em ardil desventura...
Cabisbaixo e roto errando ao mundo!
Sem eira nem beira ao profundo que abisma...
Moribundo silêncio deflagra o sofisma
Tormento implacável em calada clausura...
Inútil corpo despido à demência!
Louco em desvario por tristeza que obstou...
Jazendo inerte vida que um dia jorrou
Verte a acre gota de fonte já impura...
Arre sangue fosco que maltrata!
Percorre o meu corpo imergido em desgosto...
Dilacera o desfecho que nunca foi imposto
Escolha insensata por via obscura...