A beira da loucura...

Arre pranto tosco que me salga!

Entorna como rio, caudaloso e impreciso...

Mágoas carregadas por tempo indeciso

Águas derramadas em ardil desventura...

Cabisbaixo e roto errando ao mundo!

Sem eira nem beira ao profundo que abisma...

Moribundo silêncio deflagra o sofisma

Tormento implacável em calada clausura...

Inútil corpo despido à demência!

Louco em desvario por tristeza que obstou...

Jazendo inerte vida que um dia jorrou

Verte a acre gota de fonte já impura...

Arre sangue fosco que maltrata!

Percorre o meu corpo imergido em desgosto...

Dilacera o desfecho que nunca foi imposto

Escolha insensata por via obscura...

Danilo Rodrigues de Castro
Enviado por Danilo Rodrigues de Castro em 02/11/2011
Reeditado em 02/11/2011
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