Campo de Isolamento
Os ares cheirando o sufocado torpor dos sentimentos
E por algum motivo qualquer o mofo dos móveis
Cadenciava vagarosamente a prisão intensa
Dos próprios já vagos pensamentos
Necessairamente iam tornando aquela noite amarga
Lamentosamente as aventuras de tantos dias
Já não tinham o brilho das cores novas
Uma cama em cima da outra olhava a única luz do teto
Coberto por teias feitas pelo tempo injusto, insano
Calava-me sozinha dentro da multidão abstrata
Depois de um tempo passei a ter dó de quem via
O sol pelas grades profundas dos acontecimentos
Lembrou-me sem querer campos de isolamento
Em que o sangue pulsava disparado
E diferentemente descompassado
Eu que me arriscaria por qualquer coisa
Ficava entre a morte e a vida de um furuto
Que nem mesmo saberia dizer tão certo dentro dos planos
Acordei verdadeiramente sonolenta
Chorando feito menina muito pequena
Por favor me veja!
E me leve para a cama macia de minha casa
Quero colo, pelo amor de Deus
Mesmo que às avessas me leve embora
Dessa encruzilhada.