Efêmera fonte

Efêmera fonte

Fazer poesia por vício ou ofício,

Não importa.

Até mesmo os poetas místicos têm valor singular,

Mesmo quando dão vida às pedras, e às águas,

Que mesmo mortas correm em seu leito fúnebre.

Ninguém que beber dessa fonte terá sede outra vez.

Mesmo aquelas criaturas que dormem

Sobre a cama do anonimato, despertarão

Para respirar um ar puro que produz vida em plenitude.

A chama ardente queimará o coração álgido dos espíritos brutos

Que tiverem apenas um contato com a flama chamejante da poesia.

Sinto-me um tanto sazonado, não compreendi essa quimera, esse pueril descuido da minha alma poética,

deslumbrada com a glória que me dá a poesia.

Brasília 16/10/2006

Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 27/12/2006
Código do texto: T329534