A Bola
A Bola
Olhei o lado escuro da lua
Encontrei uma fogueira, um cavalo, e um cavaleiro
Não se tinha pergunta, pois não tinha resposta
E lá em baixo, na terra, um poeta morto
Que sabia a única pergunta e a única resposta
Por que do tal cavaleiro?
E li o seu livro das ilusões em séculos
E aprendi a não mais se aprender, mas imaginar
E no primeiro bar, fui me embriagar!
Bebi noites e dias com um louco que dizia:
“A lua não é de ninguém
Só pertence à imaginação de todos
E se der um jeitinho de ir lá
Verá que não passa de uma bola rochosa
Sem vaidade, sem vida, sem luz, e sem bar
Mas se não tiver nada a fazer ou dizer
Seja lunático e creia que lá mora a tua alma apaixonada
Sem razão e sem corpo, e sem ciência e sem luz
Ou sem qualquer coisa que nunca imaginamos