QUASE CANIBAL
QUASE CANIBAL
Ele era tanto meigo como bruto
Tanto chorava como ria, em luto
Relevava a existência dos deuses mitológicos
Cuidava de si; evitando danos fisiológicos
Da desgraça fazia troça
No ímpio via mossa
Por que era tirano?
Pensava e agia como insano
Primava-se com o desperdício
Reconhecia: a gula como seu vício
Quase canibal: era voraz...
Trair: seria ou não capaz?
Em escárnio o taxavam sórdido
Na realidade se refreava: não mórbido
Alguns até o nomeavam gentil
Já outros contentes o elegiam vil
(janeiro/1991)