QUASE CANIBAL

QUASE CANIBAL

Ele era tanto meigo como bruto

Tanto chorava como ria, em luto

Relevava a existência dos deuses mitológicos

Cuidava de si; evitando danos fisiológicos

Da desgraça fazia troça

No ímpio via mossa

Por que era tirano?

Pensava e agia como insano

Primava-se com o desperdício

Reconhecia: a gula como seu vício

Quase canibal: era voraz...

Trair: seria ou não capaz?

Em escárnio o taxavam sórdido

Na realidade se refreava: não mórbido

Alguns até o nomeavam gentil

Já outros contentes o elegiam vil

(janeiro/1991)

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 21/10/2011
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