PARANOIA

O GRANDE FANTASMA DA NOITE: SOLIDÃO...

A MÚSICA DISTANTE, O TIC-TAC DO RELÓGIO - INEXISTENTE.

AS MESMAS HORAS VAZIAS, AS NOITES QUE SE PERDEM, REPETEM...

MUROS ALTOS, BRANCOS QUE SE PERDEM...

A ANGÚSTIA CRESCE E O ETERNO SONO QUE NÃO CHEGA!

PRECISO LIBERTAR-ME, PULAR OS MUROS BRANCOS!

ESSE GRANDE VAZIO ME ATORMENTA;

PRECISO AMAR! SOFRER O MAL DO AMOR!...

É PARANOIA...

O QUE EXISTE ALÉM DO HORIZONTE? PRECISO VER!

OS MUROS NÃO DEIXAM... SÃO ALTOS E BRANCOS.

SINTO FALTA DO MAR QUE GRUNHI ONDE DESEMBOCAM AS ONDAS;

CADÊ A LUA? O CÉU É TÃO PEQUENO... AS ESTRELAS?...

ASSIM, SENTADA, POSSO VER MENOS AINDA DO CÉU.

PRECISO DORMIR. RELAXAR A MENTE, O CORPO.

AMANHÃ OS MUROS NÃO EXISTIRÃO,DE DIA,MAS A NOITE É CERTA.

O FANTASMA DA NOITE VIRÁ E COM ELE VOLTARÁ A SOLIDÃO...

AS PÁLPEBRAS PESAM... OS MUROS SÃO ALTOS E BRANCOS...

MUITO BRANCOS... O FANTASMA DA SOLIDÃO...

AMANHÃ... É PARANOIA...

FECHO OS OLHOS, VOU DORMIR...

OLHO PARA OS MUROS PELA ÚLTIMA VEZ,

UMA ENFERMEIRA PASSA PELO CORREDOR,

OS MUROS, ELEFANTES BRANCOS, SÃO O QUE SÃO...

HERMÍNIA ROHEN
Enviado por HERMÍNIA ROHEN em 19/10/2011
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