PARANOIA
O GRANDE FANTASMA DA NOITE: SOLIDÃO...
A MÚSICA DISTANTE, O TIC-TAC DO RELÓGIO - INEXISTENTE.
AS MESMAS HORAS VAZIAS, AS NOITES QUE SE PERDEM, REPETEM...
MUROS ALTOS, BRANCOS QUE SE PERDEM...
A ANGÚSTIA CRESCE E O ETERNO SONO QUE NÃO CHEGA!
PRECISO LIBERTAR-ME, PULAR OS MUROS BRANCOS!
ESSE GRANDE VAZIO ME ATORMENTA;
PRECISO AMAR! SOFRER O MAL DO AMOR!...
É PARANOIA...
O QUE EXISTE ALÉM DO HORIZONTE? PRECISO VER!
OS MUROS NÃO DEIXAM... SÃO ALTOS E BRANCOS.
SINTO FALTA DO MAR QUE GRUNHI ONDE DESEMBOCAM AS ONDAS;
CADÊ A LUA? O CÉU É TÃO PEQUENO... AS ESTRELAS?...
ASSIM, SENTADA, POSSO VER MENOS AINDA DO CÉU.
PRECISO DORMIR. RELAXAR A MENTE, O CORPO.
AMANHÃ OS MUROS NÃO EXISTIRÃO,DE DIA,MAS A NOITE É CERTA.
O FANTASMA DA NOITE VIRÁ E COM ELE VOLTARÁ A SOLIDÃO...
AS PÁLPEBRAS PESAM... OS MUROS SÃO ALTOS E BRANCOS...
MUITO BRANCOS... O FANTASMA DA SOLIDÃO...
AMANHÃ... É PARANOIA...
FECHO OS OLHOS, VOU DORMIR...
OLHO PARA OS MUROS PELA ÚLTIMA VEZ,
UMA ENFERMEIRA PASSA PELO CORREDOR,
OS MUROS, ELEFANTES BRANCOS, SÃO O QUE SÃO...