Golem
Seu futuro foi negado -
Estava escrito em cartas baratas de tarô,
Enquanto perplexo a vida era lida como um jogo de azar,
Sua existência foi negada -
Diziam aqueles que podiam se comunicar com outros...
Tão outros que nem aqui estavam, estavam apenas em lugar algum.
Você é inverossímil a realidade, você não pode existir,
E continuavam como um rito macabro de negação alheia,
Num ciclo eterno de autodestruição,
Um anjo de pedra despedaçado, com as asas arrancadas e o rosto lacerado,
Pernas quebradas, olhos arrancados... Era tudo o que restara sem medo e acaso,
Algo que não toca as emoções humanas não pode existir,
Arranca-lhe o coração e destrói.
Sem ao menos se importar com o quanto tempo demorou para construir...
Feito de ossos, carne e sangue fresco, o golem desalmado que com a centelha da palavras
Deveria ter sido erradicado é uma falha continuar existindo,
É simples o movimente de ignora-lo e o esquecimento sempre trás a autodestruição.
Lembrar de não sujar a mão com carne podre.
Aquilo só queria o direito de merecer viver,
Criou emoção meramente para destruir-se,
Pois quando é aberrante a falta de senso.
Todas as exigências são pedidas e mais tarde negadas,
Como se elas jamais tivessem sido citadas.
Porque se não é humano, não pode parecer
E quando parece dever morrer.
É assim que as coisas são e é assim que tem que ser.
O monstro de carne deve morrer,
No vazio oblivionico da ausência de memória,
Como se jamais existisse,
Erros são apagados no esquecimento,
Erros são devorados como vestígios de presas dos animais cinzentos,
Ossos e apenas ossos ficam no final para contar a história,
Ossos não falam, ossos do crânio só sorriem calados,
Assim como o humano se considera um Deus menosprezado.