Partida
Há um Barco ancorado.
Ele não sabe quando partir.
Ir para tão longe do Prado.
Na Tempestade dormir.
Há um Espião apaixonado.
Há Medo de não sorrir.
Mesmo que tenha feito o tratado,
De Medo algum poder sentir.
Há gente observando de todos os lados.
Com um estranho olhar.
Eles ficam ali só parados.
Seus pulmões não respiram ar.
Há uma Melodia ecoando.
Há um Piano a tocar.
Eles ouvem seu Som andando.
Eles ouvem seu Som acabar.
Há Jovens em bando.
Sem saber quando parar.
Mas sempre responsabilizando.
Erros de quem não sabe errar.
Há um Desastre se aproximando.
Ninguém pode conter.
Uma Onda gigante nadando.
Ninguém pode correr.
Há Algo no meio morrendo.
Ele não se empenha em se debater.
Mas faz Barulho horrendo.
Ele grita sem voz ter.
Há Algo ali surgindo.
Tão magnífico e tão visível.
De tanto que ficam sorrindo,
Ele jamais se tornará horrível.
E no Final tudo tão lindo.
Some com o Sentido, o Incompreensível.
E no Final vão se unindo.
A Falta de Sentido, o Tangível.
Há ainda um Rapaz.
Que na Colina está a sangrar.
Por então tentar ser Sagaz.
Fica ali a admirar.
E no Final havia um Barco.
Sobre o Espião deixara um Marco.
Encheu de Água os Pulmões.
Apunhalou Medos em seus Corações.
E a Âncora que o Coração perfurava,
À pobre Melodia assustava.
O Piano nas mãos se atirou,
Da primeira Jovem que o avistou.
Um Desastre tão lindo.
Um Intruso bem-vindo.
E tudo ocorreu até a Partida,
Dessa Gota última,
Dessa Falta de Estima,
Desse Rapaz de Tese encarecida.