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Olha-me
Repensa a tarefa de amar-me
[dolorida, vasta, pesada...]
Pondera-me
Sou a castidade sonhada,
A divindade-CeTiM
Sou o máximo de mim
Sobre o esplendor de ti...
Sopesa-me
Pois sou o contrapeso
Da tua pouca densidade...
Deixaste uma marca
No signo que deixei
Em ti...
Analisa-me!
Vê meu desenho
Encoberto pela fumaça
Torpe do desejo vão...
Sabes!
Sou contramão,
Revolução...
Sabes!
Sou invasão,
Desapego, devassidão...
Não há jaula
Para pássaro tão imenso...
Nem há pretenso domador...
Sente a amável dor
Do meu risco forjado
Em tua pele sumarenta...
Guarda,
Sou tua escrita perversa
Tua lira-LaBaReDa...
Fui tua melhor vereda
A controvérsia
Da tua exiguidade natural...
Se do pó que me forma
Posso esboçar um desenho
Bastante a tua luxúria
É co'o mesmo pó
Que me empenho
Em desdenhar tua incúria...
Sobra para ti
Um sopro meu...
Este... de indiferença...