.x.|. MoRRi nOs TeUs DeVaNeiOs... .|.x.
E tu me pensas grande
Quando ínfima eu sou...
E tu me tens gigante
Quando habito em Liliput...
Que mais desejas de mim?
E não te basta qu'eu seja forte
Quando a hora é de lamento?
Não é bastante qu' eu sorria
Cheia de navalhas nos olhos?
Já me enchi de teus devaneios
Ainda não tenho meu norte
E sou criança sem leito;
Sem estória de dormir...
Não é bastante minha tristeza?
Que mais queres de mim?
Queres minhas poesias infantes,
Meus olhos faiscantes
E meu desejo carmim?
Queres minha fortaleza,
Minha beleza sem fim
E todo meu fôlego sensual...
Digo, homem, já és banal
Em minha vida...
E não há guarida
Para a diminuta aventura
Que és em minha história...
És um retrato momentâneo
E nada mais sinto por ti
Mata-me em teus devaneios...
Pois, amor jamais senti...
Foste A V E N T U R A*.
________
* Para E.