CRISE ESQUIZOFRÊNICA
Sou um corpo com diversas personagens.
São atores neste palco.
Diversos papéis a desempenhar:
Ora triste, ora alegre;
Ora eufórico, ora deprimido;
Ora lúcido, ora insano;
Ora bom, ora mal;
Ora adulto, ora infantil.
Vivo com esta esquizofrenia
Sem saber quem sou,
Sem saber qual é o ator atuando,
Sem saber qual é o personagem.
Há alguns que querem se impor.
-tentam roubar a cena,
querem imperar.
Outros reagem
-querem também encenar
neste suceder de vários “eus”.
Tenho medo de perder o meu próprio eu
Pergunto-me constantemente nesta inconstância
Que há em mim:
- quem sou eu afinal?
- o quê sou eu?
Um só corpo e vários personagens.
- quem está em cena?
- qual atuará em seguida?
L.L. Bcena, 17/02/2000
POEMA 374 – CADERNO: LÍRIO AMARELO.