CRISE ESQUIZOFRÊNICA

Sou um corpo com diversas personagens.

São atores neste palco.

Diversos papéis a desempenhar:

Ora triste, ora alegre;

Ora eufórico, ora deprimido;

Ora lúcido, ora insano;

Ora bom, ora mal;

Ora adulto, ora infantil.

Vivo com esta esquizofrenia

Sem saber quem sou,

Sem saber qual é o ator atuando,

Sem saber qual é o personagem.

Há alguns que querem se impor.

-tentam roubar a cena,

querem imperar.

Outros reagem

-querem também encenar

neste suceder de vários “eus”.

Tenho medo de perder o meu próprio eu

Pergunto-me constantemente nesta inconstância

Que há em mim:

- quem sou eu afinal?

- o quê sou eu?

Um só corpo e vários personagens.

- quem está em cena?

- qual atuará em seguida?

L.L. Bcena, 17/02/2000

POEMA 374 – CADERNO: LÍRIO AMARELO.

Nardo Leo Lisbôa
Enviado por Nardo Leo Lisbôa em 11/09/2011
Código do texto: T3213768
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