À flor da pele

Não sou economista

Para quantificar meus débitos emocionais

Para saber o quanto jorro

O quanto desperdiço

Sem que haja retorno

Sem que se feche o círculo

Meus sinais de alerta são discretos

Praticamente imperceptíveis

Facilmente confundíveis com impressões sem fundamento

Dessas que se perde no tempo

É que meu sexto sentido é caolho

Para que, com seu alerta, poupe-me transtornos

Tropeções e sobressaltos dos desavisados

Abstenções e obstáculos ao se sentir tentado

Contensão em cada passo jaz tão desgastado

Que serve um braço, um espaço, um afago

Ao náufrago que tão desgarrado

Precisa ser salvo