Nas ignóbeis bocas soam gargalhadas
Numa oca sonoridade de nadas

Disto nasce-me a opção silenciada
Por ver neste meu quieto momento
Toda palavra doada

E que me achem bicho estranho
Pelo olhar ensimesmado!
É minha opção pelo tudo contido
Ante o nada proferido

Sou monja errante
Neste tolo vão gritante
Enxergo o mundo de longe
E cerro meu ouvido a toda futilidade
E cerro meu olho a toda fugacidade

E mostro-me então 
Metade ceifada
Por ser forjada em  matéria passada
Por perambularem também à bocca chiusa meus  sons
Que completam em versos minha jornada

Adah
Enviado por Adah em 06/09/2011
Reeditado em 18/09/2023
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