Nas ignóbeis bocas soam gargalhadas
Numa oca sonoridade de nadas
Disto nasce-me a opção silenciada
Por ver neste meu quieto momento
Toda palavra doada
E que me achem bicho estranho
Pelo olhar ensimesmado!
É minha opção pelo tudo contido
Ante o nada proferido
Sou monja errante
Neste tolo vão gritante
Enxergo o mundo de longe
E cerro meu ouvido a toda futilidade
E cerro meu olho a toda fugacidade
E mostro-me então
Metade ceifada
Por ser forjada em matéria passada
Por perambularem também à bocca chiusa meus sons
Que completam em versos minha jornada