O silêncio das palavras surdas.
Espero em silêncio de palavras surdas.
Entre ninhos de serpentes e percevejos, percebo o mundo em redemoinho.
Arcos, flechas, fogo, água, frio e calor.
Minha mente vaguea a todo vapor.
E eu sou apenas um estupor.
Entre verdades, mentiras, palavras em forma de lixo e lixo em forma de palavras.
Despejam em mim um vocabulário sujo com cheiro de urina.
Me julgam, falam besteira.
Me jogam no chão da inlolerância.
E eu mesmo me perco em ventos sujos e imundos.
Dor cor de poeira vermelha.
A alma totalmente, emporcalhada e machucada.
Tecem sonhos e tristezas nas incerterzas de minha pobre alma.
Levanto, cabeça em pé, em alto riste, busco, rápido, rasteiro, seguir em frente nesse mundo doente.
Permaneço, me endureço, esmoreço, levanto, rastejo, caminho.
Ninho.
Vida recheada de serpentes e sanguessugas.
Parasitas traiçoeiras.
Feridas abundantes.
Desfilam dor e sangue dentro e fora de mim.
Busco um anjo translúcido.
Percorro nuvens e escadas.
Jogo poeira no vento de minhas emoções.
Caminhar, cair, levantar, alçar voo.
E e eu estou aqui ou em qualquer lugar sem realmente aqui ou em qualquer lugar verdadeiramente estar.
Pois, que dói os julgamentos mesquinhos.
As risadinhas de hiena.
Os pré julgamentos e as predisposições a injustiça.
Saída do limbo veste a alma a dor.
E eu sou puro rancor e estupor.
Preciso parar.
Me acalmar.
Esquecer o furor da injustiça e em frente voltar a seguir.