A LOUCURA
Sejas bem vinda oh, Loucura! mas não me consuma por completo, deixa-me resquícios de controle de si própria para que não esqueça sua existência.
Oh, Loucura! que tens de tão nobre e ilusório, deixando as claras o mesmo. Livra-me da sanidade, pois com a mesma a ti não contemplarias.
Sanidade, oh, Loucura avançada! ah, Loucura sem volta que não permite ao mesmo a sua consciência.
Mas oh, Loucura! também por ora, com sua transparência, com sua destreza, toma-me de desagrado diante de sua clareza. Pois que se é tão claro e nítido; se vê com facilidade os mundos corriqueiros, suas desigualdades e por pior: suas sanidades.
É algo que assusta, que por vez pode ser a loucura agindo outra vez através de minhas mãos. Até breve.