A LOUCURA

Sejas bem vinda oh, Loucura! mas não me consuma por completo, deixa-me resquícios de controle de si própria para que não esqueça sua existência.

Oh, Loucura! que tens de tão nobre e ilusório, deixando as claras o mesmo. Livra-me da sanidade, pois com a mesma a ti não contemplarias.

Sanidade, oh, Loucura avançada! ah, Loucura sem volta que não permite ao mesmo a sua consciência.

Mas oh, Loucura! também por ora, com sua transparência, com sua destreza, toma-me de desagrado diante de sua clareza. Pois que se é tão claro e nítido; se vê com facilidade os mundos corriqueiros, suas desigualdades e por pior: suas sanidades.

É algo que assusta, que por vez pode ser a loucura agindo outra vez através de minhas mãos. Até breve.

Ana Júlia Marcato
Enviado por Ana Júlia Marcato em 23/08/2011
Código do texto: T3177580
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