Morra!
Você não cansa de me dizer o quanto o amor é ridículo
Dispensável, trivial...
Não me interessa, não vou lhe dar ouvidos
Dispenso os toques gelados de seus lábios secos
Vamos, morra!
Corte aqui, aperte aqui
Use a força, vamos!
Não tenha medo, dispa-se de vaidades
É a liberdade!
Vamos, morra!
Morra em mim, por mim, para mim
Morra para que eu aprenda o que você tanto insiste em ensinar
Morra enquanto eu assisto
Sorria, desfaleça, eu insisto
Vamos, morra!
Morra sem palavras, sem dignidade
Em silêncio...
Mas faça-o enquanto morre
Faça-o na untuosidade do sangue
Vamos, morra!
Dissolva-te, derrama-te
Morra para encher-se da vida que lhe falta
Goze a vida, em frêmitos...
Olhe os cortes, eles dizem por si...
Vamos, morra!
Morra, somente...
Mais nada.
Silencio. Morra.