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Lua esplêndida!


Fulgurava nos teus olhos

um brilho de punhal afiado

 

Eu te seguia, narinas arfantes

feridos os pés andarilhos

sal e sangue nas entranhas

 

Abrias caminho

retalhavas os enigmas

tua mão era guia

o teu peito, morada


Eu e tu, errantes passageiros

da paixão

recortados na mesma pedra

madrugada de orvalhos

de água benta e desvarios

centelhas da mesma fogueira

notas do mesmo acorde

ardendo em uníssono
 

Esplendorosa Lua!


 Que inspira  a calorosa chama

 resplendece os brancos jasmins

 e a alvura da pele nua

exposta e entregue ao fascínio

das doces transgressões


 

Queimar por dentro até sangrar

vidraças partidas

nas entranhas

andar para dentro

sem temer as próprias águas

ir bem ao fundo

aonde se guardam nossos

mais temidos retratos
 

Funduras do nosso ser

avessos dependurados  ao afago 

do amor sem medidas



Funduras do nosso olhar

gargantas expostas no grito

fogo de ardentes brasas inflama

cadência dos corpos hirtos

premências que a vida clama


nós dois amantes proscritos

à sombra dos jardins

o fruto maduro do gozo 

espremido na pele

na boca, nos beijos trêmulos

nas rendas que revelam

à luz de sonolentas velas

mansidão de carnes saciadas


Magnífica lua!

alvuras de pele em êxtase...

Estremece de amor a madrugada!





 

tania orsi vargas
Enviado por tania orsi vargas em 11/08/2011
Reeditado em 11/08/2011
Código do texto: T3152740
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