Quem sou?!

Eu sou a antítese do beijo roubado
Também a doçura no poema concreto
Do que perdeu tudo... Sou todo o resto  
No aperto da mão, eu sou a moleza
Da lâmina que corta... A carne já morta
E na encruzilhada, ali sou a porta
Na cárie do dente... Ali sou a dor
Se quer bem saber realmente quem sou
Eu sou o bagaço já seco e chupado!
 
Sou a nuvem do céu que o vento levou
Azul neste céu na noite estrelar
Na hora do pranto me chamam... Gargalhada!
E na comida estragada a parte fedida
A casca já seca de uma ferida
O certo que anda sempre na contramão
Do problema insolúvel sou a solução
Do desconhecido sou todo o saber
Sou o fogo que queima do isqueiro esquecido
Sou o complemento do que nunca faltou!
 
Sou o tapa na face da pessoa amada
E no acusado sou a pedra jogada
Sou a coceira gostosa do bicho de pé
Ou o pus que secou na inflamação
O ciclo atrasado daquela mulher
Para a PAZ... O grito e a confusão
E para a harmonia sou o bruto empurrão
Sou aquela chegada do que nunca chega
Para o verso quebrado a perfeita rima
Por ser o absurdo do lógico esperado!!!

Mas
      no meio
                 da guerra
                             sou o
          
A         M       O           R!

...
 
 
 
Nasser Queiroga
Enviado por Nasser Queiroga em 09/08/2011
Reeditado em 15/06/2020
Código do texto: T3148620
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