Insanidade
Me encontro em cantos claros e obscuros,
A mente, perplexa dúbia e insana,
Ouço uma voz, sagrada e profana
E rouca, que faz-se em júbilo sussurro.
Ouço um ruído estranho, entremente
Entre um delírio rijo e indolente
Que faz com que eu me julgue um maníaco
Devasso, tolo, pobre hipocondríaco.
Torno-me um doido, louco, impaciente,
Súbito, calmo, áspero e demente,
Ansiando a morte, sorte d’um maldito,
Que anseia pra ter um fim infinito...
Não quero paz, tampouco quero guerra
Mas quero o que não quero, que se encerra
Numa única dor de abstinência
Cerrar com minha pobre dependência.