Meu Édipo
A raiva é tanta
São tantos desenganos
Que adoraria...
Num princípio edipiano
Respaldar meu pensar,
Meu agir insano...
Ah, mataria todos os Laios
Arrancaria as vísceras
De todos os lacaios,
Sem qualquer premissa...
E, feito ave de mau agouro
Sorveria até a carniça!
Depois de refeita,
Achincalhando a própria sorte,
Também meus olhos arrancaria
Tolos! Temendo a liberdade,
Cegaram diante o seu brilho!
Hoje, em mim subsistem...
Um'alma, refém da morte, um corpo, sepulcro vazio!