Caneta Verde

Pra quê tantas palavras?

Do meu uso tão excasso

E da sua necessidade

Faz disso irrelevante pouco caso

Com a caneta preta escreví

Sobre o simples e a relatividade

Sobre aquilo que, de ver, sentí

Sobre minha busca por irracionalidade

Com a azul aqui rabisquei

Sobre a dor

Sobre como a adorei

Sobre o ódio e sobre amor

Ao infinito me arrisquei

Manchado agora tudo estaria

Se ao menos outra tinta me restasse

Já não é mais sobre alegria

Como se minha felicidade já não bastasse

Logo não restará caderno

Logo não restará parede

Pra quê tantas palavras?

Se não pra machucar

Minha linda Caneta Verde.