DESESPEROS

DESESPEROS

Caminhando no meio da multidão alheia

Com toda essa gente falante cheia de vazios

Seus veneficios em turbilhão correm-me a veia.

Eu,... De mim inerente, de instante alio os pavios.

A avalanche vermelha infla meu novelo errante

E tal como num AVC, vadio meliante.

E as imprecauções possuem meus formigamentos

Meus neurônios,... Doem-me com os pensamentos.

Necessito urgentemente de meu remédio

Venha a mim, oh!!! Consoladora solidão

Sana-me o tédio...

Cala esses soldados da vulgarização.

Quanta tanta gente que mente

Uivam seus conceitos inconstantes

Ladram o que não sentem

Iletrados, lascivos em mente inocente.

Fazem-nos parecer réus de seus crimes intrigantes.

Políticos que prometem,... O que não pretendem... .

Vejo toda essa procissão de hipócritas agourentos

Citar bons exemplos para seus filhos

E dizer: faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço.

Ouço padres nos aplicar a penitencia com aviltamentos

Mas sua batina erétil soçobra fora dos trilhos

Premeditam suas vidas, rezando seu terço lasso.

Sinto a mão de a lei afagar o rico na morosidade

E todo culpado condenar o pobre por todo pecado.

Vejo o subfaturamento absolvido por qualquer advogado

E nossas reformas estagnarem na puberdade.

A paixão pela sociedade de antigamente

Onde se valia do olho por olho e dente por dente

Saúda-me na minha saudade de viver honradamente

Nesse passado sim,... O inverno era quente.

Vejo tantas coisas que me cegam

Ando onde tantos justos são condenados

E caminho lado a lado com os que me negam

Para me adaptar à sociedade dos desajustados.

Tento combater meus anseios insanos

Quero fuzilar todos os saudáveis psicóticos

E criar a nova moralidade de neuróticos

E fazer emergir a realidade, que há de baixo dos panos.

Não agüento mais toda essa falação

Esse blá blá blá de inutilidades

O penico dos meus ouvidos clama por educação.

Vamos dar um basta nessas futilidades.

Pleiteio uma geração mais esclarecida

Enterrem a de dantes, já há muito corrompida.

Re-acordo das convulsões do meu derrame

E não vejo os fios dos meus pavios

Acelero a pulsação prendendo a respiração

Procuro o estopim para avermelhar novamente meu enxame

Quero a paz das brumas que vi num céu sem pios

Para viver ao lado de quem me mostrou a salvação.

Mas a minha hora ainda não é chegada

Aconselharam-me a suportar essa jornada

Oh!!! ... Quão difícil será ouvir a turba desenfreada

Cada qual desejando mais merecer os bens para sua vida abençoada.

Materializada a fortuna dos meus desesperos

Agradeço a sorte dos meus espinhos

Pois através deles apimentarei com todos os temperos

A minimização dos meus erros por todos os caminhos.

Entretanto,... A minha solidão ainda vagueia,... No meio da multidão.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 29/07/2011
Código do texto: T3127357
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