HÍBRIDO DE ORIGINAL ROBÓTICO
H Í B R I D O D E O R I G I N A L R O B Ó B I T O
Minha estória é autêntica
Quero mostrar a verdade
Fácil! Não vale a pena mentir
Que era enxerto se tornou original
Um pouco real, quase humano
Não respira oxigênio, mas CO2
Também não é protótipo de robô
Destila plasma de hidretos
Processa clorofila em isopor
Um humanóide híbrido e desidratado
Como explicar que venho de um mundo paralelo?
Sou capaz de vergar uma liga de aço
Mas não percebo o sentido do tato
Já fui valentão, hoje conto história
Sou maleável, falta-me pujança
Já fui escravo, mas senhor de mim
De mensageiro, retrocedi...
Estou predestinado a vagar
Repito as mesmas frases sem sentido
Não faço mais que reeditar jargões
Contudo insisto em frisar o óbvio
Maldição! Há fome, mas não tem pão
Já fui mágico, não adivinho
Hoje sou monstro, antes era mendigo
Resta-me cumprir o prometido
Esconder-me atrás de máscaras
Todos sabem meu nome
Mas não conhecem meu segredo
Já fui pistoleiro, hoje sou escória
Na confiança escolho meus amigos
Eu era hipnotizador
No momento encanto demônios
Sorvo o cerne das estranhas máquinas
(março/1999)