Noite

Noite fria, silenciosa e taciturna

atento a escutar histórias que o vento me sussurra

Envolvido por panos úmidos, amassado no centro da sala

Só consigo ouvir o mundo quando o mundo inteiro se cala

Então a mente engana os olhos e a verdade estupra a doutrina

E em meu refluxo enxergo o meu reflexo

no milagre obtuso eu reconheço o nexo

Misturado entre travesseiros e injeções de penicilina

Recostar meu rosto no azulejo numa noite de inverno

ou ouvir minha pele gritar por estar no inferno

Nada disso se compara ao que trago na alma

Enquanto essa ausência o meu sono privar

só pela metade irei existir,

E quando essa ardência em meus olhos cessar

quero apenas dormir.

David Ribeiro
Enviado por David Ribeiro em 27/07/2011
Código do texto: T3121924
Classificação de conteúdo: seguro