Escuro

Impelida à inequívoca perfeição

Jogada à eufonia imarcescível

Ouvindo a hipócrita pureza de seu coração

Escondendo os ferimentos tão detraídos

Afogou-se em inexaurível enfermidade

Sangrou até que finalmente se encontrou

Depredou toda a inocência em escarlate maldade

Deixou, instintivamente, que a luz se apagasse

O corpo hierático passou a ser uma camuflagem

Para a fétida impolidez de sua alma

E o sorriso a perfeita chave

Que a trancara no esquive da atrocidade

Pela manhã, fora levada da luminosidade

Por si só, lavada em infâmia

Despida de valores, só havia humanidade

Agiu racionalmente... Em sua insanidade

Sentiu a dor precisa ao expor um sorriso

Em escarlate, concentrado e líquido

Não se atreveu a derramar lágrimas

Destruiu tal vontade com ilusões sádicas

Então, finalmente, atingiu tal ponto de impassibilidade

Era a perfeição, livre de sensibilidade!

Porém viu-se diante de um único caminho, a verdade

O próprio corpo exânime... Ela voltara à realidade.

Duda Checa
Enviado por Duda Checa em 26/07/2011
Reeditado em 24/08/2011
Código do texto: T3120356
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