Deve haver um segredo

Somos cabeças programadas

Incapazes de avaliar

Os limites das informações armadas

Com o objetivo de nos cercear

Nossos pontos de partida

São apenas continuidades

Opiniões presumidas

Arquitetadas talvez pela sociedade

As vontades dirigidas

Para o conforto de ficar à vontade

Qualquer novidade é doída

No mar dos cabrestos da tranqüilidade

Desconhecemos os pontos

Dos taludes da independência

Nosso horizonte é rude

Entorpecido pelas permanências

Os costumes são feitores

As pessoas, chicotes deste inimigo invisível

As liberdades caçadas à toa

Como o fizeram ao escravo fugido

E como na estética tosca dessas estrofes

Cujos versos atiram a esmo nos planos bastardos

Sem compreender nem saber se a alguém isso move

Apenas querendo não ficar calado

Sem idade para ser um rebelde sem causa

Sem motivo aparente e, por isso, agitado

Sem que haja pretensão de fazer qualquer pausa

Para que se desligue o que está desligado

E apenas inquirir a forma que encaramos

A origem e o formato de como pensamos

A imersão no obscuro segredo de como

Chegamos a isso em que nos encontramos