Dor de felicidade
Felicidade é a dor que esconde os tropeços
Ocultando o que há de porcarias libertas
De medos que nunca chegaremos a compreender direito
O equilíbrio da felicidade é pequeno
Cada segundo de êxtase está sujeito a um mundo de dor
E para isso não nos privaram
Da condição realista de que há um limite
Para se exaltar, para cuspir, vomitar as liberdades;
As transparências prazerosas de que temos receio
Mostrar-se feliz é extremo perigo
É arriscar o mais íntimo das entranhas do ser
Possibilidades que os extremos dão e tiram de forma
A fingirmos que o mundo de maravilhas que silenciamos
É verdadeira merda dentro dos pensamentos
Com muito pouco do que esperamos para o fim das contas
Até que de todo encontramos o meio de tudo
Que é a observação e o silêncio, puro prazer;
Exaltação e rebuliços que emergem em arrepios
Em que os loucos de nós mesmos se divertem
Dançando, pulando; pálidos.