Final destination
Espelho,estranho mediador entre corpo e alma
olho profundamente e não vejo nada a não ser
Vagas reminescencias de sonhos perdidos
ilusões,infortúnios multiformes que povoam e devastam minha vida.
Devaneios do que poderia ser
angústias de se provarem impossíveis tais aspirações
Lembranças de desejos esquecidos e
conquistas ínfimas,ridículas
Infelizmente a tristeza não me moldou
não me tornei virtuosa como são os favoritos de Deus e dos homens
Muitas vezes fui vil,vil e malévola
no mais perfeito sentido destas palavras.
Sim! Tenho culpa intrincada na carne e ossos
mas,quem se importa,quando o vinho queima nos lábios?
Fui vítima da fraqueza de espiríto pois me entreguei aos prazeres mundanos
ópio,orgias...
Destas me tornei escravo,pois sabia que minha hora chegaria,tão certo quanto Mefistófeles uma vez cobrou Fausto,veio enfim meu apocalipse
Quão vãos,estouvados e insípidos me parecem todos os usos deste mundo
palavras roubadas e atiradas com raiva ao vento
Quis muito ser Hamlet,mas nasci Ofélia
tive o sacro dever de ser Ofélia mas teiomosa que sou
Escolhi ser Circe,nenhum,camponio ou princípe
meu espiríto domou
Sombra nefasta eclipsa minha visão
ouço os violinos tão belos,tão tristes
São meus confrades que se despedem
Aí vem,inexorável Azrael de olhos mortos
seu beijo,carícia hedionda
Languido prazer final
Inerte apenas espero aquele que me levará
compatriotas luciferíades vão me conduzir
Da treva ao pó
estou cansada desses dias sossegados e nevoentos
Um calafrio parte a espinha
a carruagem chegou.