TRANSPARÊNCIA DAS COISAS

Olhando pelo vidro

da janela a rua crua,

as pessoas nuas.

O silêncio do quarto,

no ouvido mil vozes,

a cabeça, zabumba.

A psiquiatria me chamando

de esquizofrênico

para justificar sua cientificidade

e a religião, de médium

para o seu misticismo.

e eu só querendo ver a rua

e descansar de mim mesmo

e pensar no outro.

Transparente é só mesmo o vidro da janela.

L.L. Bcena, março de 2011-07-12

POEMA 307 – CADERNO: CHEGADA NO PORTO.

Leonardo Lisbôa
Enviado por Leonardo Lisbôa em 12/07/2011
Código do texto: T3090364
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