Relato de um moribundo que já não tem certeza do que quer .

Relato de um moribundo que já não tem certeza do que quer .

Foi colhida num sanatório que visitei.

Agora ficou em loucura o tempo

Já não há segredos no caminho

Perdido de madrugada tanto faz

As lembranças atordoam em pares

Ninguém consegue suportar

O peso da mente não importa

É tudo uma comparação besta

Desde quando as falidas aventuras

Deixou nas ruas um corpo

As ruinosas vibrações

Queriam domar o homem

Em tudo e em todos

Forçava uma vingança de nada

Não encontrou o amor em parte alguma

Saía diferente para tentar conquistar

Assim o seu último lasso de vida

O deixou completamente na amargura

Suas forças muitas vezes foram às drogas

Mas o fim um dia chega e chegou

Seus trinta e oito anos não se importaram

Talvez fosse porque seu caminho errado

O atropelou na linha da felicidade

Nem um remoto sonho deve acorda-lo

Queria um choque onde perdesse a consciência

E acordasse de novo para uma nova vida

Ele jura que mudaria todo o seu sentido

E até esquecesse que um dia teve entre a cruz e a espada

E tivesse que fazer essa escolha no escuro do túnel

De sua própria vida onde joga com o último lance

A morte é a sua soma que nunca deveria ter assumido

Porem já sendo tarde a sua delirante e involuntária vida

Acaba de ser decretado o veredicto final

Em virtude do arrependimento tardio

Não há tempo hábil para se fazer uma nova costura

Nas cicatrizes que o seu intelecto de invencível conspirou

E agora a sentença é a morte

Morte para quem nunca respeitou a vida

E a vida é vida.

Condor Azul
Enviado por Condor Azul em 03/12/2006
Reeditado em 03/12/2006
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