Uma música sem canção.
Sol da minha vida saída da escuridão.
Caminhos turvando minha vida intraplanetária.
Submundo do meu próprio mundo.
Asas no meu teto de vidro.
Por todo lado, aqui e ali.
Um lugar qualquer falando de nada.
E eu sou tudo que não fui ou não pude ser.
Ah, essas flores espinhentas do jardim de minha desilusão.
Ah, esse mundo grande sem coração.
E eu sou apenas música sem ser canção.
Eu sou música sem ser canção.
Mas, sinto dor até as profundezas das trevas.
Queima o ar que eu respiro nos muros desse mundo imundo.
E eu sou só uma arca lançada no deserto.
Deserto seco sem esperança ou rosas.
Entrelaçado em um nó sem laço.
Despedaçado em muitos estardalhaços.
E eu sou apenas uma música sem canção.
Sim, eu sou só e somente uma música sem uma canção.
Porque no fundo eu sempre serei apenas e somente solidão.