A semente perdida no deserto.
Os riscos no céu do meu coração.
Translúcida a pele sem sentido algum.
E eu sou semente perdida na areia do deserto.
Eu sou semente jogada na areia do deserto.
Entre mercadorias, lixo e sonhos vou eu caminhando.
Perdido entre teias e labirintos de pedras lá vou eu nafraugando pelo mundo do dinheiro.
Eu mesmo nesse inferno não me acho.
Sou um copo descartável atirado no lixo.
Um ente desesperado lançado a própria sorte.
Não há família, não há sociedade, não há caminho.
Pois, que sou filho da deliciosa loucura.
Eu sou um risco no céu do meu coração.
Sou um anônimo sem valor algum.
Meu sangue vale menos que uma moeda de um real.
Sou um ser não vísivel.
E ninguém pode enxergar toda minha dor e meu sofrimento.
Pois, que sou filho dessa podre desigualdade.
Sou filho da maldade e da traição.
Eu sou apenas um traço atirado fora.
Pois, que eu sou uma semente perdida no deserto de um mundo sem coração.
E eu sou só solidão.
Apenas solidão.
Solidão fruto desse mundo sem coração.