Sonho insano
Canta o vento no arvoredo
aves voam em bando, se vão
vejo crianças brincando sem medo
correndo livres, pés no chão...
Balouçam as folhas em rimas de brisa
reluz o orvalho na terra ao alvorecer
ouça a canção das águas , imprecisa
coração se enternece, como é lindo viver.
Há brilho nos olhares, esperança no porvir
lépidos veem velhos e jovens, a sorrir
entre abraços, cumprimentos, vem sentir
o aconchego, a felicidade em existir.
Corre o tempo sem pressa, adormecido
foje a tristeza pra sempre, foi-me dito
nao há mais dor, nem pranto, foi proscrito
o medo, a ira, todo mal, é finito.
Morreu ? nao, nao morre o imortal
nao se destrói o bem, nem o mal
mas entendeu pra sempre o homem o sinal
da uniao das diferenças , se fez Um, afinal.
Ah, este sonho insano, imaginando mundos,
uma louca que ousa num suspirar profundo
pensar ser verdade o poder e o crer
quem sabe? na insanidade resida o saber?