DANÇA DAS SOMBRAS

Em meio à tantas pessoas rindo, gargalhando
vejo um balé de vultos sinistros, rodopiando
sentado ao meio fio na cruel rua da amargura 
ludibrio meus pensamentos tão estonteantes...

Fecho os olhos para não ver passar o tempo
me finjo de surdo para não escutar acusações
de uma vida que não é minha, e sim de ilusões
de cenas tórridas de um romance vil e doentio...

Lágrimas rolam furtivamente de meus olhos azuis
sei que o brilho do meu olhar já não é como outrora
e o meu sorriso amarelo e desbotado, é sem vigor
nem sequer convence o andarilho da próxima rua...

Sou um célebre integrante da dança das sombras
uma coreografia um tanto quanto estranha e insana
ensaio passos ritmados, sem cordenação motora
encaro a platéia de frente, mas com o olhar vazio...

Nesse espetáculo circence, fantástico e encantado
qualquer ritmo transforma numa cenário inesquecível
onde todos os dançarinos podem ser o que quiserem
basta somente acreditar nos sonhos e nos devaneios...



Bruno Sacilotto
Enviado por Bruno Sacilotto em 27/06/2011
Código do texto: T3060302
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