Chegara o dia
Sonhei que a verdade era um trem
Uma luz varrendo tudo
Uma tempestade
Um furacão
Que igualava a todos
Que ignorava versões pessoais que tinham de si
Conceitos por terra
Sentimentos ao leu
Abrangência total
Todo o planeta envolto nela
Como se equipasse a todos com uma imensa lente
Mostrasse-lhes o que jamais haviam visto
E aparecerão as monstruosidades
Não eram estéticas, mas entidades disformes
Puderam-se ver as cores das boas intenções
Da bondade, da coragem, solidariedade
Do obscuro íntimo às translúcidas auras
Sem os julgamentos que condenam ou separam
E assim, expostos
Tudo foi passado a limpo
Pecados não o eram, necessariamente
Crimes receberiam retornos
Egos inflados não encontraram razão de ser
E as concepções foram englobadas num todo sintonizado com ela
Ninguém corria
Ninguém reclamava
Ninguém chorava
Ninguém sorria
Todos apenas e totalmente, sentiam