Síndrome do Pânico

Vozes masculinas altas e violentas

Seguidas dos latidos dos cachorros

Irrompem a noite e estupram meus ouvidos.

Eu, no aconchego do meu quarto,

Ouço sem querer ouvir.

Vêm até mim.

E eu retribuo.

O coração dispara,

A mente dispara,

A respiração dispara,

Mesmo sabendo que não há porquê

Silêncio.

E tudo para.

Tudo?

Eu não.

A flama no palheiro incendeia o meu medo,

Remoo por minutos o amargo tolo.

Eu sei que estou bem,

Sei que não é pra temer.

Apenas não o faço.

A segurança está ali, mas não a seguro.

Aqui, na verdade,

No meu quarto,

Comigo.

Não na minha cabeça.

GaP
Enviado por GaP em 22/06/2011
Código do texto: T3049802
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