Dama da Noite

Não sou tua,

Não sou de ninguém,

Sou a dama da noite,

Liberada,

Acatada,

Não tenho hora marcada, nem agenda riscada,

Sou o chão do ártico,Sou um pórtico em Champs-Elysées,

Meu corpo não precisa desencarnar-se em você,

Nem em cálices,

Nem no sono mal dormido,

Basta um macho com sêmen,

Com sede,

Um macho no cio que saiba afogar-se em mim,

Que monte neste corpo aberto,

E em meio ao meu Saara,

Sinta na cópula o silêncio dos mortais.

Tabita Oliveira
Enviado por Tabita Oliveira em 21/06/2011
Reeditado em 11/12/2016
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