NO PORTAL DO INVERNO 1
Que se dane a pane e o reclame
do poeta-amador,essa dor que o consome
feito uma fome sem nome;
que se dane a pane e o reclame
do peregrino sem destino
que se cansou de ser levado
por esse menino-levado;
que se dane o mundo que não chamo Raimundo,
não sou desse mundo e nem quero consertar
o mundo, sou apenas um vagalume vagabundo
vagando entre as vagas do vento...;
que se dane o Diretor aloprado
de um ARQUIVO que não vira museu
e que se perdeu entre as quinquilharias
do tempo e se fundiu nas teias
e nas veias de traças vorazes...;
que se dane as palavras, e as travas
que se tornaram escravas
de minha tortuosa rotina
triste sina de minhas retinas
que me fizeram um escravo
das rosas e de um cravo
gravado nas profundas
de minha alma imunda...
que se dane o cientista maluco
que se tornou um velho caduco
e hoje vive de suas loucuras
e das lembranças de uma criança
bem brincalhona, que parecia dona
ds tanajuras e dos quintais alheios
cheios de verduras e laranjas maduras...
que se dane o tempo e o vento
e a insistência do poeta-amador
em chover sempre no molhado
e se deixar ser bem levado,
pois o tempo passou como um raio
e o imaginário e veloz cavalo-baio
foi apenas o vento que passou
em silencio no seu coração vário
e levou de roldão,o poeta-amador...
que se dane o historiador de terno
e gravata, e a bravata daquele menino
levado pela violência do mundo
que ainda continua mudo e desnudo
aos anseios de um poeta-sonhador
no meio de tantas dores
no meio de tantas flores
pisoteadas
e
espalhadas
a esmo
e mesmo
mortas de tanto sono
ainda nos perfumam
nesse fim de outuno...
que se dane o terno verso do poeta
que vestiu o seu terno azul-marinho
e saiu sozinho no frio desse inverno
e de tanto frio e o vazio no coração
se tornou uma imensa e fria geleira
a sua perene e última fronteira
entre o seu inverno
e o seu enfermo inferno....
e mesmo assim,
que se dane a pane e o reclame
desse poeta sempre ama-dor
antes que ele ame o seu reclame
e se torne um poeta-reclama-dor
ou talvez, declama-dor de versos frios
versos descarados de muita dor
nesse fim de outono
onde as folhas sem pudor
quedam mortas de sono...
que se dane o mundo real
que se dane o mundo virtual
que se tornou bem banal,
e para mim, muito pior..
quando cortaram nosso bananal
e por sinal, os registros banais
de nossas travessuras e as mais
secretas juras de amor...
e não sobrou nenhum cacho
nenhum caso de amor
e nem o que eu acho disso,
nem as rasuras ou as ternuras
de nossos abraços entrelaçados
entre vários corações alados
marcados pelo fogo da infância
e pelo frio do aço de nossos pequenos
canivetes,
e que se dane nossas vestes de agora
e viva a aurora de um novo inverno..
19/06/2011-ano de mercúrio,o mensageiro
Que se dane a pane e o reclame
do poeta-amador,essa dor que o consome
feito uma fome sem nome;
que se dane a pane e o reclame
do peregrino sem destino
que se cansou de ser levado
por esse menino-levado;
que se dane o mundo que não chamo Raimundo,
não sou desse mundo e nem quero consertar
o mundo, sou apenas um vagalume vagabundo
vagando entre as vagas do vento...;
que se dane o Diretor aloprado
de um ARQUIVO que não vira museu
e que se perdeu entre as quinquilharias
do tempo e se fundiu nas teias
e nas veias de traças vorazes...;
que se dane as palavras, e as travas
que se tornaram escravas
de minha tortuosa rotina
triste sina de minhas retinas
que me fizeram um escravo
das rosas e de um cravo
gravado nas profundas
de minha alma imunda...
que se dane o cientista maluco
que se tornou um velho caduco
e hoje vive de suas loucuras
e das lembranças de uma criança
bem brincalhona, que parecia dona
ds tanajuras e dos quintais alheios
cheios de verduras e laranjas maduras...
que se dane o tempo e o vento
e a insistência do poeta-amador
em chover sempre no molhado
e se deixar ser bem levado,
pois o tempo passou como um raio
e o imaginário e veloz cavalo-baio
foi apenas o vento que passou
em silencio no seu coração vário
e levou de roldão,o poeta-amador...
que se dane o historiador de terno
e gravata, e a bravata daquele menino
levado pela violência do mundo
que ainda continua mudo e desnudo
aos anseios de um poeta-sonhador
no meio de tantas dores
no meio de tantas flores
pisoteadas
e
espalhadas
a esmo
e mesmo
mortas de tanto sono
ainda nos perfumam
nesse fim de outuno...
que se dane o terno verso do poeta
que vestiu o seu terno azul-marinho
e saiu sozinho no frio desse inverno
e de tanto frio e o vazio no coração
se tornou uma imensa e fria geleira
a sua perene e última fronteira
entre o seu inverno
e o seu enfermo inferno....
e mesmo assim,
que se dane a pane e o reclame
desse poeta sempre ama-dor
antes que ele ame o seu reclame
e se torne um poeta-reclama-dor
ou talvez, declama-dor de versos frios
versos descarados de muita dor
nesse fim de outono
onde as folhas sem pudor
quedam mortas de sono...
que se dane o mundo real
que se dane o mundo virtual
que se tornou bem banal,
e para mim, muito pior..
quando cortaram nosso bananal
e por sinal, os registros banais
de nossas travessuras e as mais
secretas juras de amor...
e não sobrou nenhum cacho
nenhum caso de amor
e nem o que eu acho disso,
nem as rasuras ou as ternuras
de nossos abraços entrelaçados
entre vários corações alados
marcados pelo fogo da infância
e pelo frio do aço de nossos pequenos
canivetes,
e que se dane nossas vestes de agora
e viva a aurora de um novo inverno..
19/06/2011-ano de mercúrio,o mensageiro