O Louco / Santo moderno
Declararam-lhe louco
Porque andava por aí
Um olhar ardente
A abraçar toda gente
Chamaram-lhe louca
A alma otimista
Que somente belezas via
E se encantava
Taxaram-lhe louco o viver
Pois nada produzia
Apenas agradecido sorvia
Qualquer prato de restos que lhe caia
Gritaram loucura
Para sua felicidade sem lastro
Escarneceram de sua mansidão
Desentenderam a solidão
Chamasse Francisco
Na, medieval Assis, seria santo
Mas para ali onde piedosos o puseram
Seu riso transformou-se em pranto
Chora querido louco
Sonha tua liberdade...
Abre tuas asas de anjo
Acima da frágil verdade