O Louco / Santo moderno

Declararam-lhe louco

Porque andava por aí

Um olhar ardente

A abraçar toda gente

Chamaram-lhe louca

A alma otimista

Que somente belezas via

E se encantava

Taxaram-lhe louco o viver

Pois nada produzia

Apenas agradecido sorvia

Qualquer prato de restos que lhe caia

Gritaram loucura

Para sua felicidade sem lastro

Escarneceram de sua mansidão

Desentenderam a solidão

Chamasse Francisco

Na, medieval Assis, seria santo

Mas para ali onde piedosos o puseram

Seu riso transformou-se em pranto

Chora querido louco

Sonha tua liberdade...

Abre tuas asas de anjo

Acima da frágil verdade

Marcelo FAS
Enviado por Marcelo FAS em 15/06/2011
Código do texto: T3037318
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