Como os dias podem ser
Somos expectadores
Vendem-nos mártires
Heróis distantes
Sonhos, ilusões...
Fugas, estórias aos montes
Usamos a mídia
E, simbioticamente, ela nos usa
Somos elos de sua corrente
Pigmentos de suas cores
Moléculas de suas entranhas
Expectadores e atores
Formadores e consumidores
Porém, mais caça que predador
Mais gado que peão
Somos a massa, a multidão
Construímos sob planta
A prisão das filosofias que teríamos
Interagimos na obra como se fosse a vida
Mas não sabemos a intenção
Enquanto tijolos dessa construção
Alunos crônicos de matéria que nunca aprova
De ano que nunca se passa
Vendo secar canetas e pernas
E os dias são rápidos, se estamos bem...
E assim... Se estivermos ruins...