Carta à Estamira
Ó, triste ilusão
Deste mundo mundano
Pessoas nascem, pessoas morrem,
No curso do vento
Eles vivem vidas tão medíocres
Eles se acham tão espertos
Presos em sua própria loucura
Ó, triste ilusão
Deste mundo mundano
Estamos sempre à beira
Como loucos a tentar escapar
De uma roda rotativa que roda rotatóriamente rodando em torno de seu próprio eixo rotatório
Pois entre o zero e o infinito há o tudo e o nada,
Pois a cada centímetro que percorro transpaço uma eternidade
Eu sou lá,
Eu sou cá,
Eu sou todo lugar,
Eu sou a beira
Assim dizia toda a sabedoria
Da filósofa do lixão
Pois só alguem na beira
Pode enchergar a beira
Pois a beira da sociedade é que está o tudo e o nada
Pobre Estamira! Pobre estamira!
Renegada a caminhar tristemente
De beira em beira
Rumo ao infinito
A Beira não tem fim
Pois a beira é o fim
(Assista o documentário Estamira)