Carta à Estamira

Ó, triste ilusão

Deste mundo mundano

Pessoas nascem, pessoas morrem,

No curso do vento

Eles vivem vidas tão medíocres

Eles se acham tão espertos

Presos em sua própria loucura

Ó, triste ilusão

Deste mundo mundano

Estamos sempre à beira

Como loucos a tentar escapar

De uma roda rotativa que roda rotatóriamente rodando em torno de seu próprio eixo rotatório

Pois entre o zero e o infinito há o tudo e o nada,

Pois a cada centímetro que percorro transpaço uma eternidade

Eu sou lá,

Eu sou cá,

Eu sou todo lugar,

Eu sou a beira

Assim dizia toda a sabedoria

Da filósofa do lixão

Pois só alguem na beira

Pode enchergar a beira

Pois a beira da sociedade é que está o tudo e o nada

Pobre Estamira! Pobre estamira!

Renegada a caminhar tristemente

De beira em beira

Rumo ao infinito

A Beira não tem fim

Pois a beira é o fim

(Assista o documentário Estamira)

Gabriel Valeriolete
Enviado por Gabriel Valeriolete em 01/06/2011
Reeditado em 04/06/2011
Código do texto: T3007154
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