Sinuosidade Sonora
ondas vinham,
pelos caminhos de pedra,
entre uma ladeira e outra nos afogavamos.
há se toda voz fosse iluminada,
se todo escuro além de seu negro,
não tivesse sons...
quantas auroras até o fim,
pois hoje somos,
uma nuvem sobre os olhos.
me de asas,
passo-lhe as cobras,
e caíras do céu.
Um Verso Em Desatino
Quem es tu,
porque entre os vaos me rodeiam,
se nem notas quem sou...
se fui cobra ou pássaro,
aos olhos dos homens e de Deus,
ninguem viu.
se componha,
pois o homem sem veste,
é pele, é alma, é vulto.
sobre as madrugadas,
pelas ribeiras da solidão,
descansando sobre o mármoreo inferno.
o que sou eu,
o que será tu,
depois deles.
Mistério em Desavença
e qual som jorrou,
que de meus ouvidos,
só me vem luz.
estais agora perdido,
entre ti e os mistérios,
prefiro-me só.
com os sons,
os relampejos fatais,
nas traçoeiras dedilhadas do além.
bate, toca, amortece,
porquê além do couro há pêlos,
e o corpo envaidece...
de loucuras sorrateiras,
enebriadas vertentes,
esconderam-se.
não por esses olhos,
não por esses rastros,
mas pelos seus mistérios.