“Loucura”
(Luiz Henrique)

Se loucura é viver no limiar
Entre o futuro e o passado
Perder noção de tempo e lugar
Ter um mundo próprio e fechado

Se loucura é introspecção
Tomar a solidão por desjejum
Viver alheio a preconizado padrão
Estabelecido por um dito “senso comum”

Se loucura é permanecer
Em absoluto e proposital descompasso
Olhar-se dentro para melhor se conhecer
E transcender os limites da sensatez e espaço

Se loucura é se arriscar
Navegar nos tsunamis da paixão
Nos turbulentos atalhos do amor trafegar
E pagar o preço do tempo pelo sabor da ilusão


Se loucura é esperar
Das pessoas (e da vida) muito pouco
Me incluo e reconheço então - sou louco



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