62 DE JULHO DE 2005
31.07.05.
Se a história se repete é porque escrevo sempre as mesmas coisas
Nunca soube de um escritor que não fosse também leitor, e
Se a história se repete, talvez eu esteja lendo sempre os mesmos
livros
Mas espera aí: se esse julho ainda não terminou a culpa também é
minha?
Para agosto eu já teria de ter trocado a folhinha?!
Como escrever outra história que não essa?
Como ler então outros livros se não esses da cabeceira?
Como ter outro assunto que não esse julho que não termina?
Não fui eu quem determinou a longevidade desse mês e
Ele é longo, para mim e, nesse ano
Como foi curto em 73, já cheguei no dia 17
Estava ansioso para vê-lo nos dias restantes que voaram
Era tudo novo, diferente, e até meus olhos eram cegos
Quando vi, quando percebi algo, já era agosto...
Um ano inteiro (quase) para revê-lo e
Pela primeira vez vi julho por inteiro, em seus 31 dias
Vieram então outros julhos, 78, 84, 91, 97...
Julho começava então a perder a graça, claro que aos poucos
Gra-da-ti-va-men-te...
Foram ficando mais longos e
Hoje, toda essa repetição, essas mesmas poesias
Esses mesmos livros me parecem fazer hoje:
62 de julho de 2005!