CERVANTES

Os meus dias estão desiludidos!

Abaixo, o céu sobre os ombros,

entre os mundos, tão divididos,

por ilusões de pleno assombro.

Entre os moinhos de sentimentos,

pela vida, galopando em emoção

qual Cervantes, em pensamento,

laçando estrelas sem constelação.

Sou o limite oculto deste precipício,

ao ofício dos ossos nesta loucura,

além da tua eloquência, tão difícil,

sou ser pendente às tuas clausuras.

Víboras que serpeiam entre dunas

ao veneno da mente, na tormenta,

em meus mares de tantas escunas,

sou náufrago que de ti se ausenta.

Ah, meu fiel e belo alazão alado,

diga-me, de nós, quem é mais insano,

por entre os moinhos embrulhados

às ondas deste insensato oceano!

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®

Giovanni Pelluzzi

São João Del Rei, 11 de maio de 2011.

Giovanni Pelluzzi
Enviado por Giovanni Pelluzzi em 11/05/2011
Reeditado em 19/02/2014
Código do texto: T2964128
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