FOBIA

Tenho tido um medo mórbido, um medo de perder, o que jamais talvez tenha tido...

Cresce em mim um terror inexplicável das coisas que me rodeiam...

Um pânico mordaz circula em minhas veias,

Sinto o coração vacilar palpitante...

Sob meu corpo todas as substancias misturam-se num conjunto

Volátil provocando o êxtase.

Monstros parecem vociferar ao meu lado em urros medonhos,

Brisas se tornam furacões na loucura da minha fobia...

O chão parece tremer, o fôlego ofegante já me parece faltar...

Um rubor diabólico sobe-me a faces...

Um calor malévolo toma-me todos os poros da minha hipocondria

Assim inerte pelo espectro desse espanto, pinta-se em minha frente

Os mais terríveis quadros do fazer maligno...

Seres alados em corpos pútridos circundam-me a atmosfera, risonhos,

Parecem zombar de minha imbecilidade séptica...

O passado e o presente lembram-me o que inevitavelmente serei no

Futuro ...

Começo e fim juntam-se na mesma extremidade formando

Um círculo de intermináveis evoluções demoníacas...

Tenho medo das flores, dos bichos, do ar... Tenho medo de mim

Mesmo, medo de estar vivo...

Desejo a morte, mas não com tanta

Intensidade, posto, ter medo de desejá-la!

Queria não senti-lo, mas assombra-me um medo imbecil de perder

Um velho amigo...

Machuca-me mais um instante com essa dúvida masoquista...

E o fim dessa história, a saber não dar-lhes-ei por medo de contá-la.

Gilmar Faustino
Enviado por Gilmar Faustino em 10/05/2011
Reeditado em 11/09/2011
Código do texto: T2960547
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.