FOBIA
Tenho tido um medo mórbido, um medo de perder, o que jamais talvez tenha tido...
Cresce em mim um terror inexplicável das coisas que me rodeiam...
Um pânico mordaz circula em minhas veias,
Sinto o coração vacilar palpitante...
Sob meu corpo todas as substancias misturam-se num conjunto
Volátil provocando o êxtase.
Monstros parecem vociferar ao meu lado em urros medonhos,
Brisas se tornam furacões na loucura da minha fobia...
O chão parece tremer, o fôlego ofegante já me parece faltar...
Um rubor diabólico sobe-me a faces...
Um calor malévolo toma-me todos os poros da minha hipocondria
Assim inerte pelo espectro desse espanto, pinta-se em minha frente
Os mais terríveis quadros do fazer maligno...
Seres alados em corpos pútridos circundam-me a atmosfera, risonhos,
Parecem zombar de minha imbecilidade séptica...
O passado e o presente lembram-me o que inevitavelmente serei no
Futuro ...
Começo e fim juntam-se na mesma extremidade formando
Um círculo de intermináveis evoluções demoníacas...
Tenho medo das flores, dos bichos, do ar... Tenho medo de mim
Mesmo, medo de estar vivo...
Desejo a morte, mas não com tanta
Intensidade, posto, ter medo de desejá-la!
Queria não senti-lo, mas assombra-me um medo imbecil de perder
Um velho amigo...
Machuca-me mais um instante com essa dúvida masoquista...
E o fim dessa história, a saber não dar-lhes-ei por medo de contá-la.